Data atual:16 de abril de 2024

Lukla: Pousando no Aeroporto mais perigoso

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Lukla é o aeroporto mais perigoso para aviões.

Se você já viajou em aviões, é difícil esquecer o frio na barriga que sentiu na sua primeira vez. E se o momento do pouso é um dos mais arrepiantes para quem não está acostumado, a situação é ainda mais assustadora se você estiver chegando à pequena cidade de Lukla, no Nepal.

ALTITUDE

Lukla

 

 

 

Com quase 3000 metros de altitude, Lukla é um paradeiro importante para todos que buscam a aventura de chegar ao topo do Monte Everest, o pico mais alto do mundo.

O que muitos não sabem é que a aventura começa justamente no desafio de chegar até a cidade. A não ser que você prefira uma viagem de 11 horas de ônibus, somada a uma escalada de  cinco dias até lá, o jeito mais fácil de alcançar a cidade é pelo ar.

DESTINO: LUKLA

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Todos os voos com destino a Lukla saem de Katmandu, capital do Nepal, e duram em média meia hora. Os aeroportos podem ser um desafio para os pilotos por muitas razões.

Às vezes, é a pista curta, como várias ilhas gregas. Lugares como Gibraltar sofrem com ventos fortes que mudam de direção o tempo todo, enquanto o terreno montanhoso ao redor de aeroportos nos Alpes cria riscos óbvios.

Aeroportos que ficam em grandes altitudes apresentam perigos devido ao efeito que a baixa pressão do ar tem sobre a performance de um avião, que se degrada nessas condições. A resistência reduzida do ar também torna mais difícil desacelerar a aeronave. E adivinha só, Lukla oferece todas essas condições.

AEROPORTO DE LUKLA

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Sua pista tem apenas 527 metros de extensão. Por exemplo, a maior pista do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, tem 1940 metros,  e ainda é considerada pequena para os maiores aviões de hoje. Além disso, Lukla não tem sistema  de luzes muito menos auxílio por instrumentos. A pista é tão curta que tem uma inclinação de quase 12% para ajudar os aviões a desacelerar a tempo, e ajudar a ganhar velocidade na decolagem.

A região sofre com fortes ventos e uma atmosfera imprevisível. Vira e mexe fortes nevoeiros se formam rapidamente, e a cidadezinha está cercada por montanhas enormes.

O passado do aeroporto é marcado por um histórico terrível de acidentes, e é por isso que hoje não é qualquer piloto que pode pousar e decolar nessa pista. Eles precisam completar 100 decolagens e aterrissagens em pistas curtas, ter mais de um ano de experiência no Nepal e participar de pelo menos dez voos ao lado de um instrutor certificado. Mesmo com todas essas restrições, não são poucos os casos de acidentes ali.

O mais recente foi em abril do ano passado, quando três pessoas vieram à óbito e quatro ficaram feridas após um problema na decolagem de um avião de pequeno porte. Na ocasião, a aeronave acabou se chocando contra um helicóptero estacionado no local.

Outro fator que contribui para a má fama desse aeroporto é o fato de que os pilotos não têm muito espaço para manobras de emergência caso algo dê errado. As montanhas ao redor diminuem quase totalmente as possibilidades de um piloto trocar a rota ou voltar a ganhar altitude caso a aproximação apresente alguma dificuldade. Uma vez que a aproximação é iniciada, não há meia volta.

VÔOS DE LUKLA

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Em média, os voos que levam os turistas e escaladores até Lukla recebem cerca de 16 passageiros, e o peso da bagagem é bastante controlado para não sobrecarregar as aeronaves. A passagem custa algo em torno de 300 dólares, mas em alguns casos está inclusa nos pacotes oferecidos pelas empresas turísticas aos aventureiros que se arriscam a escalar o Monte Everest. O tempo no Himalaia é altamente imprevisível. Névoa repentina, neblina, tempestades ou neve são sempre possíveis.

Apesar da curta distância e duração de vôo, o tempo em Lukla pode ser bem diferente de Katmandu e frequentemente muda enquanto o avião está a caminho. Nessas circunstâncias, os pilotos dão meia-volta e retornam à capital.

Cá entre nós, o voo até pode ser perigoso e assustador, mas se você está disposto a encarar a maior montanha do mundo, não vai ser um aeroporto que vai lhe impedir, não é mesmo?

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